Arte fora da sala de aula: Aula de campo para o MAUC
- Cecilia Henrique
- 5 de dez. de 2023
- 3 min de leitura
Em 28 de setembro a EEMTI Romeu de Castro Menezes leva estudantes ao Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC)
Por Cecília Henrique | 8 de novembro de 2023

SOBRE O MAUC
Os estudantes da eletiva “Literatura através do cordel” estiveram em aula de campo no museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC). O espaço é um museu universitário inaugurado no dia 25 de junho de 1961. Dentro do espaço de preservação artística existe nove ambientes para exposições de longa duração e três para média e curta duração.
QUANDO O QUADRO BRANCO TRADICIONAL É SUBSTITUÍDO POR UM QUADRO DE ALDEMIR MARTINS
Confira a entrevista realizada com a professora responsável pela eletiva, Ana Letícia:
[Cecília] O que motivou você a escolher esta aula de campo como uma parte importante do currículo escolar? Quais são os benefícios que você vê nelas em comparação com as aulas tradicionais em sala de aula?
Somos de uma eletiva de literatura de cordel, assim, como educadora, acredito na importância de proporcionar aos alunos o contato direto com a arte popular através da observação, leitura e produção de artes plásticas. No MAUC, pudemos passear pelas obras dispostas, conhecer sobre o contexto de produção de cada uma delas e, além disso, participar de uma oficina de isogravura (gravura com isopor). Esse contato com a arte fora da sala de aula, dentro de um museu, oportuniza o conhecimento direto dos bens culturais e cria a possibilidade de instigar a leitura crítica, o reconhecimento e a valorização da arte popular, que é nosso patrimônio artístico-cultural.

[Cecília] Como você planeja e organiza essas aulas de campo?
Durante a construção do plano bimestral é possível ter noção dos conteúdos previstos para cada semana. No entanto, para agendar aula de campo, quase sempre é necessário primeiro consultar a programação e a disponibilidade do lugar pretendido. No caso do MAUC, entrei em contato pelo email disponível no site oficial do museu e, dessa forma, articulei com o calendário previamente montado para a eletiva. Depois de ter uma data definida para visita ao museu, precisei buscar por um transporte cujo contato me foi compartilhado por outras professoras.

Para essa aula de campo eu precisava que houvesse uma primeira parte de exposição das obras, principalmente, da Sala Cultura Popular, e também precisava que houvesse uma parte prática para que os alunos pudessem praticar uma das formas de expressão artística que mais circulam na arte popular cearense, a xilogravura. O MAUC nos deu uma alternativa que já havíamos praticado em sala de aula previamente: a isogravura -- no lugar de usar madeira como matriz de impressão da ilustração, utilizamos isopor. O material foi todo disponibilizado pelo próprio museu e a oficina, além da visita guiada, foi mediada pelo grupo de arte-educação do MAUC, ao qual quem sou muito grata!


[Cecília] Em sua opinião, como essas aulas de campo podem melhorar a visão dos alunos em relação à educação superior e à importância de seguir para a faculdade?
Acredito que especificamente a visita ao MAUC, que é um museu universitário, pode proporcionar aos alunos a dimensão do que é um campus visto que o museu em questão fica localizado na Avenida da Universidade. Essa inserção em um espaço onde os estudantes do ensino básico têm pouca oportunidade de estar dá a eles compreensão de que aquele ambiente também é deles, por direito, direito à universidade pública, ao ensino acadêmico, bem como o acesso aos espaços de arte e cultura.

[Cecília] Por fim, o que você aconselharia a outros professores que estão considerando implementar aulas de campo em seu currículo? Quais são as melhores práticas que você gostaria de compartilhar?
Aulas extraclasse são extremamente enriquecedoras. Museus, centros artísticos, laboratórios universitários, parques, feiras… podem, sim, ser palco de aulas diversas, independente da área do conhecimento. Permitir que o tradicional quadro branco torne-se, por exemplo, um quadro de Aldemir Martins calibra a sensibilidade do olhar dos estudantes para questões sociais importantes e para a compreensão sobre a construção do imaginário coletivo sobre a cultura cearense, no caso do MAUC. Sem a imersão proporcionada por um museu, esse percurso é mais longo e difícil dentro de quatro paredes brancas.
Confira as fotos produzidas pelo núcleo educativo do MAUC:
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