Passeio ou aula de campo?

É necessário discutir sobre o termo correto para se referir as aulas que acontecem extraclasse

Por Julia Kamilly | 16 de outubro de 2023

Aula de campo: Romeu de Castro no Museu de Arte da UFC (MAUC)

Na educação, a escolha das palavras é muitas vezes importante, pois afeta a nossa percepção e compreensão do que está sendo transmitido. Um dos debates recorrentes neste contexto é se devemos chamar experiências em que os alunos têm um momento de aula em  espaços fora da escola de “passeio” ou “aula de campo”. Embora pareça apenas uma questão de sentido das palavras, a escolha de um certo termo pode ter um impacto significativo no valor que atribuímos a experiências educativas. A primeira pergunta que surge nas conversas que envolve esta escolha dos termos “passeio ou aula de campo” é o significado de cada termo. 

Os “passeios” são frequentemente associados a atividades recreativas e informais, enquanto as “aulas de campo ” sugerem uma abordagem mais profissional. No entanto, a escolha entre esses termos pode moldar as atitudes dos alunos e dos educadores em relação à atividade. Porém, é preciso lembrar que esses dois significados não são tão distantes assim.

A palavra “passeio” não deve ser desvalorizada. De fato, as experiências fora da sala de aula podem ser divertidas e envolventes, mas isso não significa que não sejam educativas. Passeios bem planejados podem ser oportunidades valiosas de aprendizagem, especialmente quando envolvem interação com o mundo real. Explorar museus, visitar monumentos históricos ou observar a natureza são formas eficazes de aprender. 

Por outro lado, o termo “aula de campo” destaca intenções de aprendizagem, estrutura e certos objetivos educacionais. Isto é especialmente útil quando você deseja transmitir a seriedade e relevância de uma experiência. As aulas de campo normalmente envolvem a utilização dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, reforçando conceitos teóricos de forma efetiva.

A questão é garantir que qualquer que seja o nome escolhido, as atividades sejam planejadas, estruturadas e objetivas para promover uma aprendizagem significativa. Além disso, a educação contemporânea busca flexibilidade e tenta se adaptar às necessidades e preferências dos alunos. Às vezes pode ser útil variar a nomenclatura usada para evitar que a atividade se torne previsível ou monótona. Por exemplo, um “passeio educativo” pode enfatizar a natureza educativa de uma experiência que de outra forma seria vista simplesmente como uma “passeio”.

Em última análise, a escolha entre um “passeio” e uma “aula de campo” depende do contexto e dos objetivos educacionais que querem ser atingidos. Ambos os termos têm um lugar legítimo na educação e podem ser usados ​​de forma complementar. No fim das contas, a pergunta “Passeio ou aula de campo?” Não tem uma resposta 100% correta.